Cais do Lago

Não pode ser, não pode ser, não pode ser... Minha mente gritava enquanto eu jogava todas as roupas pra fora do malão uma ultima vez, olhava debaixo da cama, dentro do travesseiro, dentro da gaveta, debaixo dos livros, dentro da mochila. Nada! -Rosélia onde você foi parar? A agonia começava a crescer dentro de mim e eu ficava desesperada, onde essa maldita cobra azul fora parar? Suspirei ajeitando as vestes antes de sair do quarto esbaforida atrás da píton que devia ter saído durante a noite, essa cretina me paga, nem pra avisar...

Eu tive que rir com meus pensamentos enquanto rondava toda a escola, sempre cautelosa, não queria ser pega falando com cobras, o que poderiam pensar de mim? O simples pensamento de ser pega usando a ofideoglossia me fez estremer e o estômago embrulhar.Massageando a têmpora esperei as escadas se alinharem para que eu pudesse subir, descer, subir outra vez até me convencer de que a filha da mãe havia saído do castelo. - Porquê Deus eu num posso ser uma aluna normal e ter uma coruja? Porque eu fui escolher uma cobra! Sussurrei pra mim mesma enquanto empurrava as grandes portas que davam para o exterior do castelo. Corri de um patio á outro, observando cada arvore, uma cobra azul não deveria ser fácil de se perder. Exceto se você se chamar Hildegard aí você consegue perder um elefante roxo de bolinhas rosa!

Estava cansada e bufando de ódio quando cheguei as escadarias, gigantescas que davam para o cais do lago, senti um arrepio ao lembrar que pítons gostavam de agua tanto quanto gostavam de arvores. Mordisquei o lábio fazendo uma careta enquanto corria escada abaixo, será que a miseravel havia ido dar um mergulhinho com sereianos? Merlin proteja a minha cobra! Meus pensamentos iam de insanos a totalmente sem noção nenhuma eu queria rir, chorar berrar de desespero! Finalmente ao chegar no cais olhei em volta e nada azul que me chamasse atenção, olhei em volta respirando fundo e sussurrei na linguagem da cobra:- Rosélia Brauner, volte já aqui antes que eu te devolva pra loja ou mande te prender em um viveiro minusculo! Eu não devia ter comprado uma cobra, eu nunca devia ter trago uma maldita cobra pra Hogwarts! Mas era a primeira vez que Roselia sumia, ela sempre ficava em minha cama... Ahhhhh meu Merlin o que eu faço agora? Cruzei os braços olhando para todos os lados tentando achar algum sinal da cobra.

- Lingua de cobra
- Falas
Pensamentos

Não posso dizer que passou uma eternidade, mas foram alguns bons minutos quando ouvi o silvo de Rosélia, a cobra parecia assustada? Respirei fundo e caminhei em direção da onde ouvia o sibilar e meu corpo congelou, Rosélia encarava o diretor da Lufa-lufa com olhos profundos e eu senti que estava profundamente encrencada por estar com uma cobra no colégio. Suspirei fundo e me virei para o Sr. Lanister:-Sr. Lanister mil perdões, minha cobra se perdeu... Idiota, eu num sabia nem como iria explicar o que a píton azul fazia ali... Suspirei enquanto me abaixava e sibilava para a praguinha azul: - Você volta pra casa da mamãe hoje mesmo!

Como se despertasse de um sonho, lembrei do diretor ali, eu havia conversado com a cobra, ele devia me achar a proxima encarnação de Voldemort. Mordisquei o lábio sem graça e disse baixando o tom de voz: - Por favor não espalhe por aí que eu... bem falo com cobras. Isso não é muito bem visto. Eu queria pular no lago e ter meu corpo devorado por sereianos, ai droga, porque eu era tão estúpida, porque essa maldita cobra se enfiou nas minhas coisas. Nem era pra ela ter vindo pra escola. Ahhhhh Merlin esse ano ia ser terrível!

- Lingua de cobra
- Falas
Pensamentos

Senti minhas pernas tremerem, serio mesmo que as aulas mal começaram e eu já ia receber um berrador de mamãe por causa de Rosélia? Devia ter ficado com aquele hamister de brinquedo trouxa mesmo... De cabeça baixa, extremamente arrependida ouvia a pergunta do sr. Lanister e engoli em seco: -Sei que apenas ratos, sapos e corujas são permitidas senhor. Mas Rosélia tem mais personalidade que muita gente por aí e resolveu se enfiar em meu malão. Estava esperando anoitecer para manda-la de volta pra casa, mas nesse meio tempo essa coisinha fugiu do dormitório. Mil perdões... Acariciei a cabeça da cobra que se encontrava em volta de meus ombros como um pesado e gelado cachecol e sussurrei para ela: - Nunca mais me meta em encrencas ou tu vira bolsa! A cobra sibilou de volta pra mim como se quisesse me xingar mas a silenciei com um olhar.

Olhei para o professor de relance, não sabia o que esperar depois de tanta bagunça, eu estava encrencada isso eu já sabia, agora o quão encrencada isso poderia ser? Ahhhhh meu Merlin se prepara para o xingo, pro castigo, pra zueira infinita! Ahhhhhhh porque eu não fiquei com um peixinho dourado!

- Lingua de cobra
- Falas
Pensamentos