Ao tempo em que nada
nos dividia havia motivo pra tudo

”que porcaria de conselho, mãe.” era o que Rehan debatia em sua cabeça, o conselho da mãe havia sido que ela deveria sempre ver o lado positivo das coisas, mas você não consegue ver o lado positivo das coisas quando seu estoque de doces acaba. Irritada e frustrada, a sonserina não poderia fazer mais nada na comunal, além é claro que ficar no meio do irmão e do primo os ouvindo falar sobre quadribol e bundas. Ela não queria isso, então atravessou a comunal sem dar muitas explicações. As aulas ainda não haviam começa o que gerava uma avalanche de tédio e um enorme tempo livre, que era desperdiçado em coisas inúteis. O relógio no pulso de Rehan brilhou e vibrou, quando observou o local onde deveriam estar os ponteiros ela pode observar uma mensagem de Coraline. Nada realmente importante, só mais uma mensagem de “Fala pessoa, qual a boa?” nada que precisasse ser debatido ou arrumado rapidamente.

Fechou a capa ao redor do corpo quando sentiu as pernas serem cortadas pelo frio que atravessava o pátio antes da entrada da ponte coberta. Era um lugar agradável, com uma boa visão e silencio. Ela gostava daquele lugar e talvez ele houvesse se tornado o lugar preferido da menina em Hogwarts. Encostou-se na ponte, em uma das aberturas, ao longe era possível ver o lago negro e partes do castelo, liberou o ar contido nos pulmões e abraçou na capa.

A jovem devaneava sobre sua vida quando ouviu passos, desleixados e fortes. Os olhos azuis voltaram para a entrada da ponte que dava acesso ao castelo, engoliu em seco e o observou. Ethan vinha caminhando, a cabeça enfiada em um pote e o corpo coberto pela capa de sua casa. Corvinal. “quem diria?” Ele parou e encarou a menina, levou a colher até a boca e Rehan arregalou os olhos. Doce. - Isso ai é pudim? É pudim né. – O tom de voz da menina era quase louco, ela queria doce e pudim era seu doce preferido. Lembrou-se de quando fez a mãe fazer um bolo de aniversário de pudim e fazer vários doces de pudim para festa, Zakarias havia ficado furioso. Sorriu delicadamente a cabeça levemente inclinada.


Vestindo / Ethan / Tarde / Frio / Cheia de humor.

Ao tempo em que nada
nos dividia havia motivo pra tudo

Os olhos azuis reviraram-se, crispou os lábios em um sorriso. - Olá, Ethan! - O tom era malicioso. Os olhos estreitaram-se com a oferta do menino. ” é um jogo.” pensou com seus botões. Ethan não tinha as características de alguém que daria comida de bom grado ou então não daria comida para Rehan, a menina suspirou e ponderou sobre a oferta. Os braços cruzaram-se com força em frente ao corpo, a oferta era maliciosa e ela teria que lidar com aquilo rapidamente. - Posso notar que você não é nem um pouco cavalheiro. - Na face uma expressão de desgosto formava-se, Rehan aproximou-se do garoto. As mãos finas estavam na altura do peito do menino e brincavam com a beirada da capa que ele usava, no rosto a menina demonstrava estar ponderando, mas em seu interior ela brigava consigo mesma. Suas visões ainda eram confusas, o medo de cair e começar a falar com uma voz estranha na frente de Ethan gelava seus ossos.

Prendeu o lábio inferior com os dentes, levantou o rosto até Ethan e sua sagrada colher cheia de pudim, sorriu e largou a capa do menino. - O que você sugere? Sabe, só vou dar algo que você realmente precise. -   Um sorriso brincalhão encontrava-se no rosto da menina.

Vestindo / Ethan / Tarde / Frio / Cheia de humor.

Ao tempo em que nada
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A raiva foi contida no interior da menina, ela esboçou um sorriso irônico e deu de ombros. Ethan era abusado, aquilo interessa a garota, na verdade ele todo a interessava. As sobrancelhas uniram-se e o cenho ficou franzido. ” que diabos de pedido é esse?” pensou esboçando sua total confusão e indignação com o pedido do garoto. Aquilo era um tanto estranho e maldosos, Rehan aprendeu a não confiar em pedidos assim desde que pregaram uma brincadeira nela e ela mesma tornou-se maldosa. A mão da menina começava a coçar, a vontade de dar um pequeno – mas forte – tapa em Ethan já era impossível de controlar. Ela respirou fundo e encarou os olhos caramelo do menino.

Rehan segurou-se para não roubar a tigela do garoto quando ele levantou uma das mãos em sinal de rendição. Mostrando frustação a menina prendeu o lábio inferior com os dentes e encarou o menino. - Eu não confio em você, mas eu vou dar uma chance. Caso você faça uma brincadeira estupida eu tenho certeza que verei sua morte em uma das minhas visões! - O tom de voz era ameaçador e os olhos azuis pareciam mais escuros na medida que a jovem falava, uma risadinha histérica escapou dos lábios deka. Os olhos fecharam-se e Rehan não pode ver mais nada, ela gostava de brincar, então abriu levemente os lábios. Por instantes sentiu-se idiota e propensa a abrir os olhos e roubar o pudim do menino, mas algo nela a fez se encolher e esperar pela brincadeira tola do corvino.

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Ao tempo em que nada
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Haviam se perdido no tempo que estavam ali. Rehan senti-se leve, boba e corada, o sangue corria entusiasmado em suas veias e os lábios torciam-se sem parar em sorrisos que nem ela sabia o motivo. Ethan estava igual a ela, displicentemente largado sobre o para-peito da ponte, os olhos caramelo esquadrinhando Rehan que o observava com os orbes azuis atentamente.

- Está ficando tarde, é melhor irmos! - Comentou como quem não quer nada, abraçou-se e sorriu fraco. O vento soprava mais forte, agitando as madeixas loiras e castanhas que pareciam nunca se decidir sobre sua verdadeira cor. Ethan sorriu e concordou com um aceno de cabeça, pareciam que não precisavam de mais nenhuma palavra. Ambos os jovens, sonserina e corvinal, colocaram-se a caminhar calmamente. Os pés os levando para um ponto onde se separariam, não parecia ser o que os corações queriam, mas fazia-se necessário naquele momento. Saímos dali.

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