Dedosdemel

Alexia foi criada entre o mundo bruxo e trouxa, assim ouviu as mais variadas histórias durante sua infância e talvez a avó tivesse pegado pesado nas histórias de princesa, pois Meg esperava impaciente ao pé da escada. A menina estava no banheiro fazia algum tempo e por algum maldito motivo não saia dele nunca, quando desceu as escadas Meg pode ver o motivo. Com um sorriso no rosto, Meg, estendeu o braço para a menina e as duas aparataram para Hogsmeade, um pequeno vilarejo próximo a Hogwarts, onde a fabulosa loja de doces se encontrava.
Após aparatarem em um canto mais afastado da rua principal, mãe e filha rumaram na neve para a organizada e cheirosa loja. O local não estava cheio e assim que entrou Meg sentiu o calor do ambiente beijar-lhe o rosto, retirou as luvas e o óculos e os guardou na bolsa que tinha um feitiço expansivo. Alexia não esperou tempo nenhum e correu para os cestos, voltou com um dele na mão e entregou a mãe, Meg balançou a cabeça e riu pelo nariz. Ela não poderia reclamar ou brigar com Alexia, não hoje, depois de tornar-se ministra passar algum tempo com a menina era uma tarefa difícil, pois não havia tempo. Mais uma vez, Alexia passava mais tempo com a avó do que com a própria mãe, olhando os cabelos ruivos e ondulados balançarem, a mulher permitiu-se sorrir abertamente, sem medo de nada.
Ouviu a pergunta da filha, ela havia se tornado um tanto mimada. Torcendo o nariz, Meg, pensou. – O bastante para nós duas, mas não o suficiente para você ter uma overdose de açúcar. – Falou enigmática. Ela reconhecia aquele sorriso da filha, um sorriso que falava tudo que Alexia não expressava em palavra, possivelmente porque levaria uma bronca ou então um grande não colado em sua testa. A menina moveu-se ligeiramente até uma caixa de caramelos, perguntando se Meg gostava daqueles, a própria menina constatou que a mãe gostava e jogou a caixa no cesto que a mulher carregava.
Quando a menina deu as costas para a mãe, procurando por mais doces, Meg a seguiu. – Sabe eu AMO caramelos! Só para você saber, querida – O tom de ironia e brincadeira era palpável na voz da loira, que riu contente com a careta que a filha fez.
A loira esticou-se para pegar uma caixa de sapos de chocolate, os colocou no cesto junto com mais uma caixa de doces que Alexia já havia acrescentado lá. Olhando a cabeça ruiva da filha, Meg observou o local, seu instinto protetor sempre alerta. – Alexia, como você está em relação a Hogwarts?! – Perguntou descontraidamente para a filha, Mégara estava tão ocupada com o trabalho que mal sobrou tempo para perguntar a filha sobre a escola e como ela estava em relação a tudo isto.

Com as sobrancelhas erguidas, a mulher observou a filha obrigar os doces a ficarem no lugar. Alexia fazia tanta força que seu rosto começava a ficar vermelho e por alguns instantes a loira achou que a cesta quebraria. Quando a menina parecia satisfeita com o que havia feito, Mégara começou a rir da garota que a olhou sem entender.

A adolescente virou-se para as prateleiras mais uma vez, Meg tirou a varinha das vestes e apontou para o cesto fazendo-o levitar. Livre do peso dos doces que Alexia havia escolhido, a mulher pode ouvir com atenção a resposta da filha. A menina sempre atacava a casa para a qual a mãe foi selecionada no período de Hogwarts, Alexia lembrava muito ele. Principalmente quando tentava irritar Meg, os dois falhavam, mas quando acertavam arrependiam-se rapidamente. Sorrindo desdenhosa, ela encarou a filha com uma sobrancelha erguida. – Ah claro! Devo lembrar quem anda ganhando a copa de quadribol nos últimos anos? – Meg colocou a mão no ouvido e a única coisa que escutou foi o silêncio da filha, rindo e mulher olhou para a cara da menina. Alexia não era muito esportiva, era quase um contraste da mãe. Mégara nunca foi delicada, já a filha parecia uma pena de tão delicada que era.

Um pequeno silêncio formou-se entre as duas Brauner, a mãe olhou a filha de soslaio e percebeu que a menina escondia alguma coisa. Mesmo não estando em contato com a filha sempre ela sabia quando a menina contava uma mentira ou não, sorriu delicadamente e falou. – Agora sem me enrolar, como estão as coisas em relação a Hogwarts? – Perguntou bem sincera, a cabeça levemente inclinada e um sorriso brincalhão no rosto.

A mulher largou uma outra caixa de doces dentro do cesto com uma feição de vitória no rosto, Alexia estava realmente escondendo algum segredo da mãe. A loira olhava a filha como se fosse ganhar um grande presente de natal, os olhos azuis brilhando para saber o que a menina escondia. Já fazia muito tempo que Mégara deixará de lado as broncas e estresses desnecessários com a filha, se a menina desejava teimar e não seguir as regras, então que o fizesse. A garota quebraria a cara e voltaria depois, com uma lição aprendida e menos rugas no rosto da mãe.

Ouviu o sussurro que foi a palavra meninos saindo dos lábios da filha, soltou um sorriso maroto e agradeceu a Merlin pela filha não ser mais uma encalhada bonitinha. Com os lábios espremidos de tanta empolgação os olhos da loira estavam fixos na jovem a sua frente. Mégara levou a mão pálida até a boca para reprimir o riso, CLIQUE, círculo dos legendários, por Merlin! Percebendo que o olhar de Alexia voltava-se para ela a mulher fingiu uma pequena tosse, se recompôs e observou a criança. – Isso é muito interessante! Eu também tinha um grupo de amigos em Hogwarts, só não tínhamos um nome tão legal! – A mulher tentava reprimir o tom de brincadeira em sua voz, mas no final foi inevitável não rir. Olhando para a menina que jogou-lhe uma pergunta rapidamente, Meg colocou-se a pensar.

Não faria sentido jogar um monte de problemas sobre a menina, então limitar a resposta seria o ideal. Os olhos azuis olhavam com tentação uma cascata de chocolate na vitrine da loja, mas voltaram-se para a filha. – Está tudo bem, as coisas continuam movimentadas, mas nada de ruim tem acontecido e isto já é ótimo! – Falou em um tom neutro, tentando ao máximo não pensar em trabalho naquele momento. Quando a filha jogou mais um pacote no cesto, Mégara percebeu que já estava bom de doces, mas não iria colocar aquilo de forma rígida sobre a filha, então respirou fundo e perguntou docemente. – A senhorita deseja mais alguma coisa?! – Seu olhos dizendo que a resposta certa seria não.

A cabeça de Meg inclinou-se com a provocação da filha, um sorriso brincou nos lábios da mulher mais velha. Alexia era provocativa e adorava extrapolar alguns limites, mas felizmente obedecia Mégara e isto já era o bastante para a mulher. A menina revirou a cesta para checar se havia pego tudo que desejava, satisfeita com as compras que a mãe pagaria Alexia deu o sinal verde para Meg.
– Eu espero que você não tenha cáries ou dor de barriga! – Falou maliciosamente dando uma olhadela da cesta de comprar para a filha. Com um sorriso brincando nos lábios, Alexia guiou a filha e a cesta para o caixa. Uma mulher jovem atendeu as duas Brauner, o cesto parou magicamente sobre o balcão e a mulher pode ver a surpresa da atendente com a quantidade de doces.
– Mais alguma coisa? – Perguntou por educação a moça da loja, Alexia abria a boca para falar alguma coisa, mas Meg pressionou o ombro da filha e sorriu. – Não, muito obrigada! – Após pagar pelas compras, Meg fez Alexia carregar as sacolas. A loira retirou de sua bolsa as luvas e as enfiou nas delicadas mãos, encaminhando a filha para fora da loja a loira aparatou com a pequena Brauner para casa.

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